


Paz. Fotografia de Andrea Marques. (escaner a partir de cartão postal)

Nascer do Sol. Fotografia de Carol Heinen. (cromo 35mm escaneado)

Dominó. Fotografia de Carol Heinen. (cromo 35mm escaneado)


A temporada de tainha é mais de que hora de pescar, é também um ritual. Hora de reunir os amigos, tomar cachaça de butiá ao redor da fogueira de chão ainda na madrugada e de contar histórias de pescador dos maiores lances vividos. O dia passa enquanto jogam dominó, tecem redes e cestos de palha sempre atentos ao vigia que fica de olho no mar.


Seu Mimo. Fotografia de Andrea Marques. (escaner a partir de fotografia impressa)


O típico pescador usa calça arregaçada e uma japona de polícia, exército, aeronáutica ou marinha.
No pé, o chinelo é obrigatório: sapato é sinal de preguiça, de quem não quer entrar na água. Na cabeça
a moda é o boné de propaganda, não importa de quê.
No pé, o chinelo é obrigatório: sapato é sinal de preguiça, de quem não quer entrar na água. Na cabeça
a moda é o boné de propaganda, não importa de quê.


O galpão. Fotografia de Carol Heinen. (negativo 35mm escaneado)


O mesmo galpão de madeira que serve de abrigo para as canoas a noite, é uma espécie de central da pesca durante o dia quando as canoas ficam lá fora, prontas para entrar no mar. Ali é feito o alimento, é refúgio do sol forte, local para reunir os pescadores para o dominó e ali também fazem orações e escutam o rádio com a guarda costeira que avisa das condições do mar. Há espaço para a enxuga da rede para comemorar qualquer conquista ou aniversário que aconteça entre os pescadores.

Poesia. Fotografia de Carol Heinen. (negativo 35mm escaneado)
A canoa é uma embarcação feita de um tronco só. Geralmente feita de Garapuvu. A canoa usada para o cerco da tainha mede cerca de seis metros, tem cinco bancos e quatro remos.

Atenção. Fotografia de Andrea Marques. (negativo 35mm escaneado)

O vigia é o encarregado de avistar o cardume de tainhas e avisar os pescadores. Os gestos do vigia avisam qual o tamanho do cardume avistado.


Rede, pé e peixe. Fotografia de Carol Heinen. (cromo 35mm escaneado)




Da praia partem as canoas deixando em terra uma das pontas da rede. Em cada canoa embarcam quatro remeiros, que colocam a embarcação para dentro d’água; um chumbeiro, encarregado de soltar a rede e levar a outra ponta; e o patrão, que comanda todo o cerco, atento aos sinais do vigia. Quando a canoa completa a meia lua no mar, desembarcam a segunda ponta da rede e os tripulantes se juntam aos camaradas na puxada de rede. A bolsa que se forma com a rede, traz os peixes para a areia graças ao esforço de todos.


Divisa. Fotografia de Carol Heinen. (negativo 35mm escaneado)



Cada praia tinha suas regras para dividir os peixes que vinham com a puxada. O primeiro a escolher a sua tainha era sempre o vigia. O dono da rede costumava ficar com um terço dos peixes e o restante era dividido com os camaradas, que trabalharam na puxada em terra. Quando o lance é grande, a tainha é dividida
com a comunidade.
com a comunidade.

Fotografia de Eduardo Monteiro.

Exposição em forma de instalação realizada de 5 a 21 de março de 1999 no Museu da Imagem de do Som de Florianópolis. Foram 52 imagens analógicas em preto e branco e cor e monóculos pendurados em redes de pesca com cromos 35mm com imagens captadas na reportagem. Os visitantes foram convidados a tirar os sapatos e sentir a areia colocada no chão da sala e puderam ouvir histórias e sons da pesca gravadas
em fita K7.
em fita K7.

Nossos agradecimentos aos apoiadores e admiração eterna aos professores da UFSC que fizeram parte deste projeto: Profa. Sônia Maluf, Prof. José Gatti e Prof. Walace Lenehmann. Na foto, eu - Carol Heinen - e Andrea Marques com as tainhas que recebemos dos pescadores no dia da maior puxada de rede que tivemos o prazer de registrar. À esquerda, o convite impresso da exposição.
